- Mas você nunca tem medo de nada!
- Eu tive hoje!
- Teve?!
- Achei que ia perder você.
O Rei Leão.
pode até ser que seja difícil, mas olhe além do limite, talvez seja essa a solução. Nada é tão ruim quanto parece e o bom sempre está ao lado do mau.
Se você disser a uma formiga que há comida em um determinado lugar, mas há 5 árvores bloqueando o caminho, acha mesmo que a forminga pensa duas vezes? Não, uma formiga sobe uma casa 1000 vezes o seu tamanho se ela tiver que fazer esta jornada.
Imaginem o número de pessoas que desistem porque o caminho é complicado e muito difícil de seguir.
Formigas nunca desistem. O ser humano típico logo perde a vontade. Para algumas pessoas, tudo para elas é mais fácil dizer um Não e pronto. Se uma destas pessoas está trabalhando em uma meta e você diz Não, o trabalho acaba por aí. Ela vai assumir isto como a palavra final e parar de tentar. Todavia, experimente dizer Não a uma formiga... ela vai encontrar outro caminho, outro modo de fazer. Você pode pisar nelas, jogar veneno, queimá-las com lente de aumento, mas elas jamais desistem.
Por isso, Nunca desista…, pense nas formigas.
Caminhos, nunca serão lindos e floridos como imaginamos e as vitórias também não cairão de bandeja no seu colo.
Foi na França, durante a Segunda Grande guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A vila inteira já conhcecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num bombardeio mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. os familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina.
As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando?…Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
( Lygia Fagundes Telles )